APEduC Revista - Investigação e Práticas em Educação em Ciências, Matemática e Tecnologia

Editorial

J. Bernardino Lopes — 2023-11-28

Editoral

IMERSÃO APLICADA A UM JOGO COOPERATIVO PARA CULTIVAR SOFT SKILLS

José Manuel da Conceição Raimundo — 2023-11-28

Este artigo parte de um projeto de pesquisa de mestrado que visa a concepção de um jogo sério para o desenvolvimento de soft skills. O protótipo de jogo desenvolvido consiste num ambiente fictício com a temática gastronómica, povoado por ingredientes pré-determinados a serem iterados por múltiplos jogadores ao longo do jogo. Espera-se que tais iterações facilitem a construção de significados alcançados por meio de jogabilidade cooperativa e que tais significados possam ter um impacto positivo em termos pessoais e psicossociais para os jogadores no que diz respeito ao cultivo das aptidões mencionadas. Este artigo apresenta uma revisão da literatura sobre três dimensões que podem ser encontradas em ambientes imersivos de aprendizagem: sistemas, narrativas e agência. Depois de descrever o protótipo e o seu funcionamento iremos analisá-lo com base nesta base teórica em específico, sobre o sistema de jogo, o envolvimento do jogador, a narrativa do jogo e a agência.

A NARRATIVIZAÇÃO DA INTERFACE COMO PROCESSO CRIATIVO DA IMERSÃO

Luciane Maria Fadel — 2023-11-28

É próprio do design resolver a interface que media a comunicação entre o estudante e o ambiente de aprendizagem, enquanto propicia imersão. A imersão pelo sistema e pela narrativa requerem uma interface transparente, enquanto que a imersão pela agência requer opacidade. Uma interface narrativizada diminui a oscilação entre esses dois estados. Assim, este artigo propõe a narrativização da interface para adequar a lente teórica da imersão para interpretar e analisar a interface de um ambiente de aprendizagem imersivo. Para tanto, confronta a narrativização com o design de interface para situá-la como processo criativo em um método de design. Os resultados sugerem que o tratamento da forma, conteúdo e funcionalidades, pode ser ampliado no projeto da interface para abranger a imersão. A leitura atenta de três protótipos reforça que a narrativização da interface situada no método de design proporciona formas de explorar suas possibilidades, desafios e consequências com responsabilidade e intenção.

QUANDO OS CUBOS GANHAM COR

Micael Sousa — 2023-11-28

Numa era em que os jogos de tabuleiro, mesa ou analógicos parecem entrar numa idade de ouro, a sua utilização como ferramentas pedagógicas ainda é escassa. A combinação de peças coloridas, tais como cubos, quando combinadas com mecanismos e narrativas, que geram simulações, narrativas e ficções cativantes. Para explorar a utilização pedagógica destes modelos de design, foram criados dois jogos para simular processos de tomada de decisão colaborativa sobre sustentabilidade de sistemas territoriais urbanos e de transportes. Cada jogo foi jogado em contexto de sala por cerca de 100 jovens e crianças. Da observação, notas de design e reflexões finais concluiu-se que os jogadores progrediram nos jogos, explorando os conceitos pedagógicos subjacentes a cada jogo. Conseguiram gerar narrativas emergentes que aprofundaram os temas de cada jogo. No artigo propõe-se um método para que professores e educadores possam replicar sessões jogáveis semelhantes e as respetivas narrativas, reforçando aprendizagens ativas.

CARTADA MOTIVACIONAL DE CIÊNCIAS – RECURSO STEAM MANIPULÁVEL

Bruno Gavaia — 2023-11-28

O presente artigo enquadra-se com uma investigação realizada perante um estudo-caso desenvolvido no âmbito da Prática de Ensino Supervisionada, numa turma do 5º Ano, estudando a alteração motivacional da utilização de cartas jogáveis como recurso STEAM em aulas de Ciências da Natureza. Mediante a problemática identificada nos alunos, de ausência de envolvimento e de estudo autónomo, surgiram diversas questões que auxiliaram o desenvolvimento das planificações das aulas e dos recursos STEAM. No artigo, além da explicação do processo de construção e desenvolvimento das atividades STEAM e gamificadas propostas aos alunos, apresentam-se também os resultados obtidos mediante a investigação realizada, sequenciada das reflexões tidas perante os resultados em causa, comprovando o sucesso do recurso e das estratégias para a resolução dos problemas de foco e do estudo autónomo, incrementando o entusiasmo nas aulas.

TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA NO ENSINO BÁSICO

Nádia de Abreu Bengo — 2023-11-28

Desde 2011, são implementados no 5º e 6º ano do ensino básico angolano os projetos tecnológicos, Meu Kamba, ProFuturo e o Kamba Dyami com a intenção de oferecer ao aluno acesso a uma educação inclusiva, de qualidade e que promova a aprendizagem para a vida. Nisto, o presente estudo baseado na pesquisa documental reflete na percepção que a comunidade educativa angolana tem da tecnologia como ferramenta pedagógica no 5º e 6º ano, do ensino básico. De acordo com escassas evidências de 17 documentos extraídos das bases de dados de instituições governamentais, instituições do ensino superior e Google Académico concluiu-se que, a comunidade educativa angolana percebe a tecnologia como ferramenta pedagógica de: (i) Inclusão de recursos digitais na escola; (ii) Apoio das tarefas do professor; (iii) Aquisição de competências tecnológicas.

PERCEÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE AMBIENTES WEB IMERSIVOS NA FORMAÇÃO

Bárbara Cleto — 2023-11-28

Neste artigo apresenta-se o resultado de inquérito por questionário, aplicado a professores portugueses, do ensino básico e secundário, onde se pretendeu verificar se os professores do ensino não superior utilizam tecnologias imersivas na sua prática letiva e se demonstram interesse em frequentar ações de formação sobre tecnologias imersivas. Responderam 55 professores, e os resultados mostram que, 29% conhecem e utilizam tecnologias imersivas na sua prática letiva, enquanto 94,5% estão interessados em frequentar ações de formação, que visem a criação e/ou personalização de Ambientes Web Imersivos (AWI), para criarem experiências pedagógicas imersivas para os seus alunos. Realizaram-se, então duas ações de formação, apenas para professores do grupo de informática, onde aprenderam a criar e a personalizar AWI. Verificou-se que gostaram da experiência, apesar de no início, demonstraram, algumas dificuldades de navegação e de orientação espacial. Os professores manifestaram interesse em continuar a aprofundar os seus conhecimentos.

PRÁTICA PEDAGÓGICA GAMIFICADA NA CONFIGURAÇÃO DE UM TERRITÓRIO IMERSIVO DE APRENDIZAGEM

Claudio Cleverson de Lima — 2023-11-28

Jogos são elementos culturais com potencial de promover o engajamento e a imersão dos indivíduos em campos tão diversos quanto entretenimento, marketing e aprendizagem. Na área educacional, práticas pedagógicas gamificadas podem tanto desenvolver-se a partir de mecânicas e dinâmicas que respondem à perspectiva de persuasão, pela abordagem da competição, quanto a partir de mecânicas e dinâmicas que propiciem o empoderamento, caracterizada por narrativas, desafios, pistas, missões e outros. Nas práticas pedagógicas aqui apresentadas, a narrativa imprime contexto e significado à experiência, com os jogadores presentes em diferentes modalidades nos espaços geográfico e digital, desenvolvendo a agência que promove a imersão e a aprendizagem. Ao se apropriar do método cartográfico de pesquisa-intervenção, analisa-se as potencialidades de escape games e da gamificação, enquanto práticas pedagógicas, no cruzamento conceitual da imersão pela presença, narrativa e agência. Os resultados validam estas vivências como engajadores e profícuos territórios imersivos de aprendizagem.

EDUCAÇÃO E COCRIAÇÃO NO METAVERSO NUMA ABORDAGEM MISTA

Catarina Carneiro Sousa — 2023-11-28

A atividade “Educação e Cocriação no Metaverso numa abordagem mista”, realizou-se no âmbito Projeto IPV Inova e Inclui visando desenvolver um simulador em ambiente virtual de representação do Instituto Politécnico de Viseu. Para criar este espaço imersivo, foram dinamizadas workshops de cocriação transversais e multidisciplinares em ambientes virtuais colaborativos e criativos.

Propomos analisar os principais resultados desta atividade à luz do entendimento tridimensional da imersão formulado por Morgado (2022) para compreender onde podemos situar este caso em termos da imersão pelo sistema, da imersão pela narrativa, e da imersão pela agência. Concluímos que este foi um caso de aprendizagem imersiva com elevados níveis de imersão nos três eixos, destacando-se a imersão pela agência.

O ENSINO DE FUNÇÃO AFIM COM SUPORTE DO GEOGEBRA

Paulo Vitor da Silva Santiago — 2023-11-28

O trabalho aborda o uso do software GeoGebra em sala de aula com o ensino de função afim para estudantes do Ensino Médio. Objetivo: apresentar os resultados encontrados do conteúdo da função afim com o auxílio do GeoGebra, embasado na Teoria dos Campos Conceituais no formato ensino híbrido, usando a metodologia de ensino sala de aula invertida. Metodologia: relato de uma experiência com o estudo de caso de 38 estudantes de uma escola pública de tempo integral. A atividade foi desenvolvida denominada função afim, disponível na plataforma GeoGebra, e orientado pelo professor no formato do Ensino Remoto e outro Presencial. Resultados: apresentam um recurso interativo no estudo da função afim utilizando uma concepção dinâmica no GeoGebra, partindo da relação entre os coeficientes durante o manuseio dos parâmetros no gráfico de uma função afim pela tecnologia digital importante na aprendizagem dos estudantes

CREATIVELAB_SCI&MATH | UM ESTUDO NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES SOBRE ESTATÍSTICAS DO TEMPO DE REAÇÃO À QUEDA DE UM OBJETO

Bento Cavadas — 2023-11-28

A atividade “CreativeLab_Sci&Math: Estatísticas do sistema nervoso” visa que os estudantes concretizem uma investigação estatística sobre a reação do organismo à queda de uma régua, através da avaliação do tempo de reação, tendo em conta diferentes variáveis. Os 48 estudantes, organizados em 11 grupos, tiveram de criar uma questão de investigação, identificar variáveis, introduzir dados no software CODAP® e analisá-los de modo a dar resposta à questão de investigação. Realizaram tarefas que implicaram o trabalho colaborativo a pares e em grupos de 3 a 5 elementos, assim como o envolvimento de toda a turma. Os resultados mostram que alguns grupos realizaram adequadamente o processo de investigação estatística, mas também que alguns tiveram dificuldade em identificar as variáveis mobilizadas no procedimento ou as relações estatísticas entre as mesmas. Desta implementação surgem diferentes aspetos a serem enfatizados na formação inicial de professores, assim como alterações a realizar numa próxima implementação da atividade.

PRÁTICA STEAM NA PROMOÇÃO DA CRIATIVIDADE E DO RELACIONAMENTO INTERPESSOAL

Filipa Pinto — 2023-11-28

Este artigo apresenta as práticas STEAM implementadas numa turma do 3.ᵒ ano de escolaridade do 1.ᵒ Ciclo do Ensino Básico por três professoras estagiárias. Estas práticas partiram de um problema real identificado pela turma e tiveram como principal objetivo superar as dificuldades identificadas nos alunos ao nível da criatividade e relacionamento interpessoal. O problema real surgiu da necessidade de cobrir o campo de jogos da escola porque as condições meteorológicas limitam os alunos a um pequeno espaço coberto. As tarefas, resolvidas em grupo e de forma colaborativa, envolveram a medição do campo de jogos e a idealização de paredes e teto decorados a partir do uso de sequências de repetição e de crescimento. Os resultados demonstram a melhoria da criatividade e do relacionamento interpessoal dos alunos.

ESTUDO COMPARATIVO DA FORMAÇÃO MATEMÁTICA E DIDÁCTICA DOS FUTUROS PROFESSORES

Álvaro Nolla — 2023-11-28

Este relatório reúne as reflexões de uma mesa redonda online de formadores de professores de matemática da educação pré-escolar e do ensino básico que trabalham em universidades de Espanha, Brasil, Chile e México. Com base no artigo: "A formação inicial de professores de Matemática e sua didática" (Nolla et al., 2021), a mesa redonda foi organizada em torno de três questões norteadoras: a) Contexto, importância e impacto deste artigo; b) Reflexão comparativa sobre os sistemas de formação de professores de matemática e; c) Propostas e aspectos a serem melhorados na formação de professores. Como conclusões, destacamos a importância de melhorar os currículos, favorecer a articulação da sala de aula universitária com a sala de aula escolar, desenvolver propostas de formação continuada de professores e formadores, atentar para o caráter transdisciplinar da formação inicial e suas oportunidades de desenvolver conhecimentos matemáticos e didáticos e incentivar a pesquisa em educação matemática.

RECENSÃO CRÍTICA DE “COMBATER AS NOTÍCIAS FALSAS! ENSINAR O PENSAMENTO CRÍTICO E A LITERACIA MEDIÁTICA NUMA ERA DIGITAL” (2021) DE BRIAN C. HOUSAND

Rita Ponce — 2023-11-28

SUGESTÃO PARA UTILIZAÇÃO DO RECURSO EDUCATIVO “DE BOLAS DE PLASTICINA À ESTRUTURA DA TERRA”

Giulia Realdon — 2023-11-28

TEM A PALAVRA… CASA DAS CIÊNCIAS, PELO SEU DIRETOR, JOÃO NUNO TAVARES

João Tavares — 2023-11-28

Sem resumo